A Câmara Municipal de Rio Branco voltou a ser palco, na manhã desta terça-feira, 19, de uma discussão que ultrapassa os limites do debate político e adentra o campo da dignidade humana. O vereador André Kamai (PT) foi categórico ao reafirmar sua posição diante das graves denúncias que recaem sobre a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans). De forma clara, firme e responsável, Kamai destacou: não se trata de perseguição política, mas de cumprir o dever constitucional de fiscalizar e proteger os servidores da cidade.
O parlamentar lembrou que foi o primeiro a pedir o afastamento imediato do superintendente Clendes Vilas Boas, justamente para garantir que as investigações ocorram sem interferências e sem o temor de represálias. Segundo ele, ignorar os relatos de assédio moral, perseguições internas e constrangimentos é mais do que um erro administrativo: é prevaricar. “Nós não podemos nos omitir diante de uma enxurrada de denúncias. O que está em jogo não é apenas um cargo, mas a integridade de trabalhadores que não tinham voz e agora encontraram coragem para falar”, ressaltou.
Durante seu pronunciamento, Kamai enfatizou que não foram os vereadores que criaram acusações contra o gestor da RBTrans, mas sim os próprios servidores — homens e mulheres que, exaustos de abusos, buscaram apoio no Legislativo. O vereador relatou ter recebido áudios e depoimentos que descrevem situações absolutamente inaceitáveis, incluindo pressões políticas e falas ofensivas contra mulheres. “É inadmissível que alguém que ocupa cargo público utilize o poder para coagir, humilhar e silenciar. Por isso, defendo que o afastamento é necessário, até que a verdade seja esclarecida”, reforçou.
Kamai também criticou a postura do prefeito, que, mesmo diante de denúncias robustas, preferiu minimizar o problema. Para o parlamentar, o silêncio da gestão municipal diante de fatos tão graves fragiliza a confiança da população nas instituições. “Nosso papel é honrar o mandato que o povo nos concedeu. Assinar e apoiar a CPI é defender a soberania popular e proteger aqueles que mais precisam”, afirmou.
Com serenidade, mas sem recuar na firmeza, o vereador deixou claro que seguirá vigilante e combativo. “O que não podemos é fechar os olhos para a dor dos servidores. Não é contra pessoas que lutamos, mas contra práticas desumanas que não podem prosperar em nossa cidade”, completou.
A fala de André Kamai marca um ponto de inflexão no debate: a Câmara não pode se curvar ao medo ou à omissão. A defesa de uma apuração justa e do afastamento do superintendente não é apenas uma posição política, mas um ato de humanidade e compromisso ético com Rio Branco.