Na sessão desta terça-feira (19), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado Emerson Jarude (Partido Novo) criticou duramente os gastos do governo estadual com a manutenção de um jatinho à disposição do Executivo. Segundo ele, apenas em 2025, o contrato chega ao valor de R$ 39 milhões, após a homologação feita pela Casa Civil que acrescentou mais R$ 25 milhões ao montante inicial.
O deputado relembrou que, em 2019, ingressou com uma Ação Popular contra a primeira tentativa de se disponibilizar uma aeronave para uso do governo. “Naquele ano, o valor era de R$ 2,2 milhões. Depois, passou para R$ 3,6 milhões em 2020, R$ 4,9 milhões em 2021, R$ 6,4 milhões em 2022, R$ 12 milhões em 2023 e R$ 15 milhões em 2024. Agora, de um ano para o outro, saltou de R$ 15 para R$ 39 milhões. O que podemos esperar para 2026? Um cofre vazio, porque essa turma de saída vai limpar tudo”, disparou.
O parlamentar também contestou os argumentos de que os gastos seriam destinados a transportar pacientes do Tratamento Fora de Domicílio (TFD). “Essa conta aqui não é de quem precisa de saúde. Essa conta é da turma que se reúne para ir tomar uma em outro lugar. Enquanto isso, o povo acreano é quem paga a fatura”, afirmou.
Jarude ressaltou que, de 2019 até agora, os valores acumulados com o jatinho já somam R$ 84 milhões. Ele cobrou providências do Tribunal de Contas e do Ministério Público para frear o que classificou como desperdício de recursos públicos.
“Recentemente, um dos representantes do governo declarou que não há dinheiro para atender todos os planos de cargos, carreiras e remuneração (PCCRs). Do jeito que está sendo conduzida a gestão, não vai ter dinheiro mesmo. Não é só para o PCCR, é também para quem precisa de tratamento de saúde, para os estudantes que ainda esperam o fardamento escolar e para quem depende de uma merenda de qualidade. A desculpa de que não tem dinheiro vai continuar, mas a pergunta que fica é: não tem dinheiro por quem? ”, concluiu.