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Política

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Após denúncia de André Kamai, Prefeitura finalmente age para apurar escândalo do “Aedes do Bem”

Após denúncia de André Kamai, Prefeitura finalmente age para apurar escândalo do “Aedes do Bem”

Quatro meses depois da denúncia feita pelo vereador André Kamai (PT) sobre a suspeita de irregularidades na compra de R$ 4,5 milhões em kits do “Aedes do Bem”, a Prefeitura de Rio Branco, somente agora, decidiu instaurar um processo administrativo para apurar o caso. O contrato polêmico previa a aquisição de ovos de mosquito geneticamente modificados para o combate à dengue, com pagamento antecipado, dispensa de licitação e assinatura ocorrida três meses antes das eleições de 2024, em que o prefeito Tião Bocalom foi reeleito no primeiro turno.

A reação tardia do Executivo municipal motivou uma dura fala de Kamai na tribuna da Câmara nesta quarta-feira (7). O vereador não poupou críticas à lentidão da Prefeitura e cobrou a responsabilização de quem, segundo ele, fez de tudo para impedir a investigação dentro do Legislativo. “Foi o próprio prefeito quem orientou sua base a barrar os requerimentos e a CPI. Só agora, depois de quatro meses e de pressão popular, eles resolvem dizer que vão apurar?”, questionou.

A denúncia original foi formalizada no dia 27 de janeiro de 2025, e encaminhada à Polícia Federal, aos Ministérios Públicos Federal e Estadual, e ao Tribunal de Contas do Estado. À época, Kamai alertou para a possibilidade de crime eleitoral e improbidade administrativa, já que a entrega e o uso dos produtos ocorreriam fora do período de aplicação ideal, comprometendo a eficácia da ação sanitária. Pior: os kits nem chegaram a ser utilizados e teriam vencidos antes disso.

“A gente não está falando de uma simples compra. Estamos falando de R$ 4,5 milhões pagos integralmente, sem licitação, em pleno ano eleitoral, com uso comprometido e sem reposição garantida. Agora querem correr atrás do prejuízo?”, disse Kamai.

A repercussão do caso gerou desconforto na Prefeitura. Pressionado, o Executivo anunciou a abertura de um processo administrativo para investigar a empresa fornecedora, a Oxitec do Brasil, mas até agora não apresentou provas de que os mosquitos foram de fato aplicados ou se a empresa irá repor os lotes vencidos.

Kamai lamentou que a omissão inicial tenha permitido o agravamento do caso. “A verdade é que, se tivessem nos ouvido desde o início, talvez o prejuízo ao erário tivesse sido evitado. O que está em jogo é o respeito ao dinheiro do povo de Rio Branco.”

Mesmo com a movimentação da Prefeitura, o vereador afirma que continuará cobrando respostas formais e efetivas das autoridades fiscalizadoras, que até agora também se mantêm em compasso de espera. “A nossa parte foi feita. O que não dá é para deixar esse escândalo ser varrido para debaixo do tapete.”