A deputada Antônia Sales (MDB) usou a tribuna da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) nesta terça-feira (19), para destacar inicialmente a tradicional festa de Nossa Senhora da Glória, realizada em Cruzeiro do Sul, que reuniu milhares de fiéis. Ela lembrou a participação de colegas parlamentares, como Maria Antônia e Edvaldo Magalhães, e ressaltou a força da religiosidade do povo acreano, que mantém viva a fé e a devoção mesmo diante das dificuldades.
Ao mudar o tom de sua fala, a parlamentar concentrou sua crítica na precariedade do sistema de saúde do Estado. Segundo ela, apesar de promessas antigas, os problemas seguem sem solução, especialmente na oferta de cirurgias e no atendimento hospitalar. “A saúde não pode continuar sendo apenas promessa. Precisamos de equipamentos, de médicos e de mutirões constantes para reduzir as filas. Quando diminuem 100 pacientes na espera, entram mais 150. É preciso que os mutirões sejam semanais, não apenas esporádicos”, afirmou.
Antônia Sales denunciou que há anos não são realizadas cirurgias na Maternidade de Cruzeiro do Sul, deixando muitas mulheres sem tratamento adequado. “As mulheres continuam sofrendo, aguardando por procedimentos simples, que poderiam ser feitos toda semana. Não é possível que na segunda maior cidade do Acre ainda se mantenha esse descaso”, disse. Ela defendeu que os médicos da maternidade possam operar com regularidade para desafogar a demanda e atender não apenas Cruzeiro do Sul, mas também municípios vizinhos.
A deputada citou ainda, problemas estruturais graves, como a falta de leitos, ressonância magnética e equipamentos essenciais, além da ausência de especialistas em diversas áreas. Para ela, os recursos públicos não têm sido aplicados de forma adequada. “Sempre dizem que não há dinheiro, mas bilhões são gastos em outras áreas. Se esses valores fossem investidos em aparelhos e especialistas, muito do sofrimento da população já teria sido resolvido”, criticou.
Por fim, Antônia Sales relatou ter visitado hospitais em que constatou precariedades alarmantes, como prédios em reforma há anos sem conclusão, infiltrações, instalações deterioradas e até presença de ratos nos corredores. “É inadmissível que, depois de tantos investimentos anunciados, nossos hospitais continuem em condições tão indignas. O povo não aguenta mais sofrer dessa forma”, concluiu.