Ontem, quarta-feira, 16, a ex-deputada federal Mara Rocha se filiou ao Republicanos. A cerimônia de adesão partidária aconteceu em Brasília. Mara teve a ficha abonada pelo presidente nacional da sigla, deputado federal Marcos Pereira (SP) – foto -, e pelo deputado federal Roberto Duarte (AC), presidente estadual do partido. Mara Rocha já se declarou candidata ao senado em 2026 na chapa a ser capitaneada pelo senador Alan Rick (UB)
Engajamento
No ato de filiação, Marcos Pereira deu às boas-vindas à ex-parlamentar acreana. “Mara, seja muito bem-vinda. Eu tenho certeza que você terá sucesso, que Deus possa te abençoar, te proteger, e que você possa realmente representar o povo do Acre, assim como o Alan Rick representa, no Senado Federal. Estou muito feliz em recebê-la no Republicanos”. Mara agradeceu referindo-se a Alan Rick como seu candidato ao governo: “Aqui, iniciamos hoje uma nova história na nossa vida, né isso, governador?”, reforçou.
Boas vindas
Presente ao ato, o senador Alan Rick (UB/AC), ao lado do deputado federal Gilberto Abramo (MG), disse que enxerga a ida de Mara para o Republicanos como positiva, o que lhe traduz alegria e que ela tem o seu apoio. “Hoje tive a alegria de acompanhar a filiação da amiga Mara Rocha ao Republicanos. Ela confirmou sua pré-candidatura ao Senado pelo Acre e tem meu apoio”. Com mais de 40 mil votos em 2018, Mara foi a deputada federal mais votada do Acre naquele pleito.
Novo alvo
Um dia após enviar uma dura carta aos Estados Unidos em resposta ao tarifaço imposto pelo presidente americano Donald Trump, autoridades brasileiras agora preparam uma estratégia de defesa para o sistema de pagamentos Pix, novo alvo de Washington.
Produto brasileiro
A ideia do governo é reiterar que o Pix é uma operação consolidada no país e que não será modificada por interferência externa. O Pix é um dos alvos da investigação comercial anunciada pelos Estados Unidos na terça-feira. Segundo os americanos, o sistema de pagamentos brasileiro poderia ser enquadrado como uma prática desleal em relação a outros métodos de cobrança eletrônica.
Indignação
A resposta às acusações contra o Pix deve seguir o mesmo tom da carta enviada na noite de terça-feira ao secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e ao representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer. Assinada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo chanceler Mauro Vieira, a nota afirma que o Brasil “manifesta sua indignação” com o tarifaço de Trump.
Expressão
O Pix se tornou alvo do governo americano justamente por seu sucesso. Lançado em 2020, o modelo de pagamentos rapidamente se popularizou no Brasil. Só no ano passado, movimentou R$ 26,4 trilhões em transferências no país. Sem cobrar tarifas, o sistema afetou a receita de bancos, operadoras de cartões de crédito e modelos de pagamento digital como Google Pay e Apple Pay. No relatório preliminar do Escritório do Representante de Comércio dos EUA, o Pix aparece como uma ameaça desleal aos negócios de empresas americanas. Neste ano, um modelo similar de pagamentos da Indonésia também entrou na mira dos americanos.
Álibi
A investigação lista uma série de “atos, políticas e práticas” do governo brasileiro que poderiam onerar ou restringir o comércio dos EUA. Entre elas estão barreiras não tarifárias, desmatamento na Amazônia e concessões de subsídios a diferentes setores da economia. Os americanos chegam a citar a Rua 25 de Março, em São Paulo, como exemplo de que o Brasil não respeita o direito à propriedade intelectual.
Pano de fundo
Mesmo com as reiteradas manifestações do Brasil para buscar uma saída negociada às tarifas impostas por Trump, o governo brasileiro ainda não obteve sinalização de que os Estados Unidos estejam abertos a um acordo. Diplomatas afirmam, em caráter reservado, que o silêncio americano pode ser explicado pela ausência de diretrizes claras da Casa Branca sobre como tratar o tema. Ontem, Trump voltou a dar um tom político ao tarifaço ao defender mais uma vez o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Bandeira branca
Após semanas de embates por causa do aumento do IOF, Congresso e governo selaram a paz — ao menos no que diz respeito ao tarifaço americano. Os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), defenderam a soberania nacional e colocaram o Congresso à disposição do Executivo na batalha comercial que se avizinha. Os dois se reuniram com o vice-presidente Geraldo Alckmin, que lidera os esforços para encontrar uma solução negociada com os Estados Unidos. Alckmin foi informado de que um grupo de senadores embarcará para Washington no fim do mês para dialogar com parlamentares americanos sobre o tema.
Retrato
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria todos os adversários testados em simulações de segundo turno da eleição de 2026, de acordo com a mais recente pesquisa Genial/Quaest divulgada na manhã de hoje, quinta-feira (17) pelo jornal Folha de S. Paulo. Mesmo nos casos de empate técnico dentro da margem de erro, como no confronto com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o petista aparece numericamente à frente, com 41% contra 37%.
Dados técnicos
A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 14 de julho em 120 municípios brasileiros, com 2.004 entrevistados e margem de erro de dois pontos percentuais. O levantamento é financiado pela Genial Investimentos e tem nível de confiança de 95%.
Simulações
No cenário com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Lula repete os 41% da rodada de maio, enquanto o governador recua de 40% para 37%. O desempenho do presidente se manteve estável, enquanto seu principal adversário perdeu força, reflexo da crise do tarifaço e da tentativa de se desvincular do bolsonarismo após as críticas ao aumento das contas de energia.
Elástico
Na disputa direta com Jair Bolsonaro (PL) - que está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e prestes a ser preso por tentativa de golpe de Estado -, a pesquisa demonstra que Lula também cresceu: agora tem 43% das intenções de voto contra 37% do adversário. Em maio, ambos apareciam empatados com 41%.
Embate direto
Contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, Lula venceria por 43% a 36% — antes, a diferença era de apenas quatro pontos (43% a 39%). Também supera os governadores Ratinho Junior (41% a 36%) e Eduardo Leite (41% a 36%), com números similares aos observados na rodada anterior.
Alternativas
Outros nomes da direita testados pela Quaest também aparecem atrás do atual presidente. Contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Lula marca 43% contra 33%; diante de Romeu Zema (Novo), o placar é 42% a 33%; e contra Ronaldo Caiado (União Brasil), 42% a 33%. Nenhuma dessas simulações apresentou variações significativas em relação à pesquisa de maio.
1º round
Cenários de primeiro turno ainda pulverizados, mas Lula lidera todos - Nos cenários estimulados de primeiro turno, Lula lidera em todas as simulações, embora com o eleitorado ainda muito dividido. Contra Bolsonaro, o petista tem 32%, seguido pelo ex-presidente com 26%, Ciro Gomes (PDT) com 8%, Ratinho com 6%, e demais nomes com menos de 5%. Brancos, nulos e indecisos somam 23%.
Influência
A pesquisa foi feita em meio à repercussão da medida anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma sobretaxa de 50% a produtos importados. O tema teve impacto direto no debate político brasileiro, com o governo Lula explorando o discurso da soberania nacional. Portanto, a ação extemporânea de Donald Trump contra a economia brasileira fortalece discurso de Lula e enfraquece aliados de Bolsonaro
Percepção
Segundo a Quaest, 72% dos brasileiros consideram que Trump errou ao penalizar o Brasil em razão de Bolsonaro. E 53% acham correta a resposta do presidente Lula, que promete retaliação comercial proporcional. O episódio causou recuos na base bolsonarista, como no caso de Tarcísio, que inicialmente apoiou a medida, mas depois adotou discurso mais diplomático.
Cenário
A pesquisa aponta ainda que 62% dos entrevistados acreditam que Bolsonaro deveria abrir mão de disputar novamente a presidência e apoiar outro nome. Entre os mais citados, Tarcísio lidera com 15%, seguido por Michelle (13%), Ratinho (9%), Eduardo Bolsonaro e Pablo Marçal (8% cada). Outros nomes como Eduardo Leite, Zema e Caiado aparecem com 3% a 4%, enquanto 19% afirmam não querer nenhum desses nomes e 17% estão indecisos.
Foco
Sobre Lula, 58% dos entrevistados afirmam que ele não deveria disputar um novo mandato, mas esse número caiu em relação aos 66% que tinham essa opinião em maio. Os favoráveis à reeleição do petista subiram de 32% para 38%, o que indica leve recuperação da imagem do presidente após a defesa do pacote de justiça tributária.
Futuro
Outro dado mostrado pela pesquisa, mostra a intenção consolidada de votos sobre as diversas candidaturas. Na pesquisa espontânea, Lula lidera, mas maioria ainda está indecisa, quando os nomes não são apresentados ao entrevistado — Lula tem 15% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro aparece com 11%. O dado mais relevante, no entanto, é que 68% dos entrevistados ainda não sabem em quem votar, o que revela um cenário bastante aberto a movimentações políticas nos próximos meses.