O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), admitiu à jornalista Suene Almeida, do site Contilnet, durante sua estada em Feijó, onde foi participar do festival do Açaí a convite do prefeito daquela cidade, Railson Ferreira (Rep), que não descarta disputar o governo do Acre em 2026.
Prioridade
Cauteloso, Bocalom não fala abertamente da empreitada, usando como escudo sua determinação em concluir obras na capital, foco que elenca como sua preocupação principal no momento.
Sinais
Inobstante o alvo, Bocalom deixa a porta entreaberta para a disputa ao reconhecer que há um forte sentimento no interior do estado para que seu nome esteja entre os postulantes ao Palácio Rio Branco em 2026, sentimento por ele justificado pelo transcorrer de sua caminhada política, no seu dizer, sempre identificado por uma forte relação com os municípios do interior.
Me chama que eu vou
A repórte Suena Bocalom ainda afirmou que, caso a população ache que ele deve se candidatar, poderá colocar seu nome à disposição. “Eu sempre disse que sou um soldado. Nesse momento, não coloquei meu nome ainda, porque tenho muitas obras de Rio Branco para terminar. Nós temos que trabalhar. Se lá de outubro, novembro, lá pra frente, a população achar que eu devo colocar meu nome, a gente coloca”, afirmou.
Desafios
Bocalom ressaltou, também, que já recebeu reconhecimento suficiente da população de Rio Branco, na medida que esta o elegeu duas vezes para comandar a capital, mas na outra ponta o carinho que recebe da comunidade interiorana tem sido um incentivo para manter a porta aberta a uma eventual candidatura ao Palácio Rio Branco.
Súplica
De forma sucinta, Bocalom relata as abordagens que recebe no interior: “As pessoas que encontro nos diversos municípios do interior perguntam: Bocalom, você vai ou não vai ser nosso candidato?. Eu digo: calma, vamos esperar, vamos conversar”, responde com suspense.
Largada
Na tarde de ontem, segunda-feira, 18, o Governador Gladson Cameli (PP) assinou a ordem de serviço para a implantação do Arco Metropolitano em Rio Branco. A solenidade ocorreu na Estrada do Mutum, ramal Plácido de Castro, no Bairro Alto Alegre. Em um primeiro momento serão aplicados R$ 39.599.000. Esta é a primeira de quatro fases.
Resultados
A obra contempla a pavimentação de um trecho de 10,24 quilômetros, que liga a rodovia AC-10 à Vila Custódio Freire. O Arco Metropolitano promete transformar a mobilidade urbana e elevar a qualidade de vida na região, com impacto direto para aproximadamente 413.418 moradores. O projeto vai melhorar significativamente a trafegabilidade, além de impulsionar o desenvolvimento local.
Regozijo
“Vocês não imaginam a imensa alegria que eu sinto de estar aqui nesse momento como governador do Acre para dar uma ordem de serviço que garante e valoriza o direito de ir e vir do nosso povo. Esse é um direito básico que nós como homens públicos temos que garantir. Tenho dito nos meus pronunciamentos que estamos num ano de executar. Este é o momento de superarmos os obstáculos para oferecer à nossa população melhores condições para produzir e viver”, destacou Gladson no início do evento.
Orçamento
A previsão é que o valor total do empreendimento seja de R$ 105.746.078.05, custeado entre o Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata), Ministério das Cidades, emendas parlamentares de autoria do senador Márcio Bittar e contrapartida do governo estadual via Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária (Deracre).
Abrangência
A pouco menos de 15 dias do início do julgamento dos principais envolvidos no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, o Supremo Tribunal Federal iniciou a semana em alta voltagem. Em decisão monocrática, o ministro Flávio Dino determinou que ordens judiciais e executivas de países estrangeiros não têm validade no Brasil até que sejam reconhecidas pelo Supremo.
Pano de fundo
A decisão de Flávio Dino foi tomada em uma ação relacionada à tragédia de Mariana (MG), mas teve como objetivo sinalizar uma blindagem ao ministro Alexandre de Moraes dos efeitos da Lei Magnitsky em território nacional. Pela interpretação de Dino, instituições financeiras que operam no país só poderiam impedir o acesso de Moraes ao sistema bancário se e quando o STF homologasse a decisão americana.
Autonomia “Leis estrangeiras, atos administrativos, ordens executivas e diplomas similares não produzem efeitos em relação a: a) pessoas naturais por atos em território brasileiro; b) relações jurídicas aqui celebradas; c) bens aqui situados, depositados ou guardados; e d) empresas que aqui atuem”, escreveu o ministro. A decisão já foi enviada ao Banco Central e à Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Reação
Logo depois de o despacho de Dino vir a público, o Departamento de Estado americano se manifestou nas redes. O governo dos EUA afirmou que “nenhuma Corte estrangeira pode invalidar sanções dos Estados Unidos” ou “livrar” empresas e indivíduos de consequências de eventuais violações às restrições de Washington. No mesmo post, afirmou que Moraes é “tóxico para todos os negócios legítimos e indivíduos que buscam acesso aos EUA e aos seus mercados”.
Óbices
Gestores de instituições financeiras estão confusos e consideram que a decisão de Dino cria uma “crise insolúvel”, informa o jornal O Estado de São Paulo, o Estadão. Isso porque suas relações são globais e obedecem às regras conectadas entre diferentes países. Um banco que tenha operações nos EUA pode ser acionado pela Ofac (Office of Foreign Assets Control), órgão do Tesouro americano e, se descumprir as normas, perder contratos e sofrer sanções.
Interpretação
Ministros do STF avaliam que a decisão de Dino sobre o alcance de leis estrangeiras é um recado institucional claro, mas a ação que está com Cristiano Zanin, que trata objetivamente da aplicação da Lei Magnitsky no Brasil, vai exigir um debate mais aprofundado no plenário do Supremo. (Globo)
Fervura
A segunda-feira já havia começado agitada com a publicação de uma entrevista que o ministro Alexandre de Moraes concedeu ao jornal americano Washington Post. Nela, o ministro do STF afirmou que não “cederá um milímetro” às pressões americanas. “Receberemos a acusação, analisaremos as provas e quem deve ser condenado será condenado, quem deve ser absolvido será absolvido.”
Disposição
Horas depois da publicação, Moraes mostrou que está determinado a ser duro nas penas não apenas para aqueles que tiveram participação direta no planejamento e execução da tentativa de golpe. O ministro negou um recurso da defesa de Débora Rodrigues dos Santos, que pichou com batom a estátua da Justiça em frente ao STF no 8 de janeiro. Moraes manteve a condenação de 14 anos de prisão à manicure, ignorando os votos divergentes sobre a dosimetria da pena de Luiz Fux e Cristiano Zanin, que serviram de base para o argumento da defesa de Débora.
Na ativa
Já Luís Roberto Barroso descartou a possibilidade de uma aposentadoria antecipada após o fim de seu mandato como presidente da Corte, no final de setembro. “Não vou me aposentar, não. Estou feliz da vida”, disse o ministro. Barroso tem 65 anos, e a aposentadoria compulsória para servidores públicos só acontece aos 75 anos.
Defesa prévia
Enquanto isso, o Brasil enviou sua defesa ao Escritório do Representante Comercial dos EUA sobre as acusações de práticas desleais de comércio, no âmbito da Seção 301. Como esperado, o governo brasileiro afirmou não reconhecer a legitimidade das acusações e defendeu que as controvérsias comerciais entre os dois países devem ser tratadas na Organização Mundial do Comércio. De acordo com a defesa, o Brasil mantém um regime comercial “aberto e baseado em regras” e as práticas brasileiras são “razoáveis, justas, equitativas e não discriminatórias”.