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Água e óleo

Água e óleo

O deputado estadual Emerson Jarude (Novo) fez divulgar na imprensa local que na data de ontem, quarta-feira, 30, manteve encontro político com o Senador Márcio Bittar (UB), sugerindo uma aproximação da sigla que preside no estado com o projeto de reeleição do senador liberal, vez que este já definiu que migrará para o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Visões
A aproximação de agentes da política pode e é considerada normal quando existem afinidades de práticas e conceitos entre os personagens envolvidos e, por conseguinte, essas concepções não trafeguem em sentidos opostos. Abraçam e têm fundamentos em objetivos comum.

O discurso e a prática
Jarude jacta-se de cultuar uma agenda política onde sua atividade parlamentar é calcada numa trajetória independente, desatrelada das práticas baseadas no clientelismo, na negativa do uso dos espaços administrativos para acomodação de aliados, enfim, detentor de um perfil crítico ao projeto colocado em voga pelo Palácio Rio Branco. Levadas em conta suas palavras, suas ações antagonizam com os costumes que grassam no grupo político ao qual Bittar está atrelado, sob o comando do governador Gladson Cameli (PP) ou mesmo do prefeito Tião Bocalom (PL).

Indagações
Como explicar, então, a veracidade das posições de Jarude dizendo que a política que faz é a nova se o seu manequim reluz com o brilho de roupas velhas? Como acreditar quando ele diz que é o novo e este sempre vem, ao tempo em que caminha ombreado com o velho?

Martelo batido
Na verdade, Jarude está sendo guiado por atitudes juvenis quando busca retaliar o grupo político liderado pelo senador Alan Rick (UB), tendo como pano de fundo a decisão da ex-deputada Mara Rocha em filiar-se ao Republicanos, do deputado federal Roberto Duarte, em detrimento do partido que ele preside no Acre, o Novo. Mara decidiu e os partidos aliados ao senador aquiesceram, que em 2026 buscará uma vaga no Senado Federal pela nova sigla.

Ponderações
Mara, é claro, fez sua opção presente a estrutura logística da nova sigla, considerando, dentre outros fatores, o fundo partidário e a densidade de filiados do Republicanos no estado. Mara, por óbvio, avaliou o que seria melhor para sua contenda eleitoral e Jarude, movido pelo inconformismo diante da decisão da ex futura quase filiada, não compreende o óbvio e sai a catar culpados pela manobra malsucedida.
Infantilidade
Fato é que Jarude, ao invés de encampar uma postura racional, adota uma pose juvenil, inadequada para quem se sente investido com autoridade para tomar nas mãos e coadjuvar o processo de mudanças que o Acre está a reclamar. Está propenso, pois, a perder o protagonismo que até aqui o trouxe à tribuna da Aleac.

O velho e o novo
A continuar nessa toada, o deputado não conseguirá formar uma chapa no âmbito do seu partido que, por falta de adeptos, lhe conduza a reeleição, presente a necessidade de um coeficiente de votos mínimos exigido pela legislação eleitoral. De resto, o que salta aos olhos é que o deputado, que se diz o novo, durma e acorde embalado com práticas e políticas velhas.

Sem título 2 1

Day after
Os Estados Unidos cumpriram as ameaças que vinham fazendo desde o início do mês em sancionar o Brasil, mas sem a mesma intensidade que os discursos do presidente Donald Trump e seus auxiliares indicavam.

Nova ordem
Numa só tacada, o Washington oficializou o tarifaço de 50% contra alguns produtos brasileiros exportados para aquele país e anunciou que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes foi enquadrado na dura Lei Magnitsky, em uma escalada sem precedentes nos 200 anos de história das relações bilaterais entre Brasil e EUA.

Considerandos
Noutra ponta, ao contrário do que se esperava, Trump isentou centenas de produtos brasileiros, alguns dos mais estratégicos para a pauta de exportações brasileira — e adiou a entrada em vigor do tarifaço, antes esperado para 1º de agosto e agora programado para o dia 6.

O pomo da discórdia
Nos dois anúncios oficiais que fez na data de ontem, quarta-feira, 30, o governo americano justifica suas decisões citando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, segundo a Casa Branca, seria vítima de perseguição política pelo Supremo, com Moraes à frente. Ao fim e ao cabo, o tarifaço parece ter raízes mais políticas do que econômicas.

Exclusões
A ampla lista de isenções do tarifaço americano surpreendeu até os mais otimistas dos exportadores brasileiros. Ao todo, a ordem executiva assinada por Trump lista quase 700 produtos brasileiros que irão ficar de fora das novas tarifas implementadas nesta quarta-feira. Setores estratégicos para a pauta de exportações brasileiras ficarão isentos das sobretaxas, como o suco de laranja, combustíveis, veículos, aviões civis e peças de avião, além de alguns tipos de metais e madeiras.

Na mira
No entanto, o café e a carne não escaparam do tarifaço. A decisão ainda isenta produtos que já estavam em trânsito para os Estados Unidos — desde que cheguem ao país até o dia 5 de outubro —, além de itens que já haviam sido exportados dos EUA para o Brasil e que, por alguma razão, precisem voltar ao destinatário para reparos ou modificação. As estimativas iniciais são de que cerca de 40% de tudo que o Brasil vende para os Estados Unidos não será sobretaxado.

Tonalidade
Poucas horas antes do anúncio oficial do tarifaço, o New York Times publicou uma entrevista exclusiva com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele adotou um tom cauteloso e disse ter procurado os Estados Unidos insistentemente para negociar as tarifas.

Soberania
No entanto, o presidente brasileiro fez questão de reafirmar a defesa da soberania nacional e que não pretende se dobrar diante das ameaças e ações de Trump. “Tenha certeza de que estamos tratando isso com a maior seriedade. Mas seriedade não requer subserviência”, disse Lula em sua primeira entrevista ao jornal americano em 13 anos.

Furando o cerco
Ainda sobre o imbróglio e para frustração do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) — que prometia blindar as autoridades americanas de qualquer diálogo com o Brasil —, o chanceler Mauro Vieira se reuniu nesta quarta-feira com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. De acordo com interlocutores do filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro, Eduardo só ficou sabendo do encontro pela imprensa.

Ineditismo
Alexandre de Moraes é o primeiro brasileiro atingido pela Lei Magnitsky, uma legislação criada durante o governo de Barack Obama e que prevê duras sanções contra autoridades envolvidas em corrupção ou ataques aos direitos humanos. Os americanos afirmam que Moraes é responsável por uma campanha “opressiva de censura” e realiza uma verdadeira “caça às bruxas” a Bolsonaro, réu no processo que investiga a trama golpista após as eleições de 2022.

Postura
O governo decidiu que vai tratar das sanções contra de Moraes como um ataque à soberania do país. No Planalto, a estratégia traçada é de que Lula vai seguir publicamente denunciando como um ataque à democracia brasileira a tentativa de interferência em assuntos domésticos. A Advocacia-Geral da União deve contestar nos tribunais internacionais, incluindo na Justiça dos EUA, a sanção contra o ministro. No entendimento da maior parte do STF, essa é a melhor solução para tratar do assunto de forma institucional. No final do dia o Planalto divulgou uma nota assinada por Lula dizendo ser inaceitável a interferência em assuntos internos do país. (Globo)