Saerb informou que as atividades na estação pararam totalmente às 14h desta sexta-feira (18) por conta dos balseiros no Rio Acre. ETA I também está com a captação reduzida devido à elevação do nível das águas. Rio Acre marca 10,68 metros nesta sexta
Em menos de um mês, a Estação de Tratamento de Água I (ETA I) voltou a ser paralisada e o abastecimento comprometido em Rio Branco. O Serviço de Água e Esgoto de (Saerb) informou que as atividades na estação pararam totalmente às 14h desta sexta-feira (18) por conta dos balseiros que se acumulam próximo à bomba de captação no Rio Acre.
Na ETA II, a captação de água também está comprometida devido a subida do nível das águas. Distribuição de água para regionais atendidas, como todo Segundo Distrito e parte do primeiro, está reduzida.
Em março deste ano, as duas estações de tratamento tiveram que paralisar as atividades e pelo menos 300 mil moradores da capital ficaram sem fornecimento de água.
O nível do Rio Acre começou a apresentar elevação no nível a partir de terça (15), quando as águas marcavam 7,41 metros. Na quarta (15), o nível subiu para 8,61 metros, na quinta (17) para 9,57 metros e chegou a 10,68 metros nesta sexta.
Com essa elevação das águas, o Saerb afirmou que a grande quantidade de balseiros descendo o rio compromete o funcionamento da ETA I. “Além disso, os níveis elevados de turbidez da água têm dificultado o processo de tratamento”, destacou.
Um vídeo divulgado pela autarquia mostra bastante galhos de árvores e entulhos ao redor da bomba de captação. Equipes do Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária (Deracre) estão no local retirando os balseiros.
O funcionamento da estação começou a ser comprometido ainda na quinta. Na região do Horto Florestal, por exemplo, o abastecimento foi suspenso na quinta. Já nas regiões do Centro e Baixada da Sobral parou de cair água nesta sexta.
“Todas as equipes técnicas estão mobilizadas, restaurar o abastecimento, ainda que, a forte correnteza, esteja dificultando os serviços de limpeza dos balseiros. Reforçamos o compromisso em restabelecer o fornecimento de água com o mais rápido possível e agradecemos a compreensão da população”, diz o serviço.
Sistema em colapso
Nos último anos, o sistema de abastecimento de água da capital tem enfrentado diversos problemas e chegou a entrar em colapso em alguns momentos. A capital acreana é abastecida por duas estações de tratamento de água, ETA I e ETA II, ambas apresentaram diversas falhas desde março de 2024.
A ETA II abastece todo o Segundo Distrito e parte do primeiro, um universo de mais de 250 mil pessoas espalhadas por mais de 50 bairros e o equivalente a 60% da área urbana da capital. Em julho do ano passado, parte da estrutura desabou após sofrer com erosões constantes desde que as águas do Rio Acre baixaram após a enchente de 2024. Ninguém se feriu.
Novas situações que prejudicaram o fornecimento de água para a população ocorreram nos meses seguintes.
Já em março deste ano, durante a enchente mais recente do Rio Acre, a ETA II ficou sem captação de água a partir do dia 11 após a forte correnteza do manancial e um tronco de árvore virarem uma bomba flutuante, segundo o Saerb. A expectativa era de que a situação normalizasse em 24h, o que não ocorreu.
No dia 24 de março, o governo federal anunciou o envio de R$ 9,5 milhões em recursos para a aquisição de bombas centrífugas utilizadas no saneamento básico. Antes disso, em dezembro do ano passado, o ministro da Integração, Waldez Góes, anunciou quase R$ 17 milhões para reconstrução da estação.
Problemas na ETA I
Responsável por abastecer os 40% restantes da capital acreana, a ETA I também sofreu passou por problemas. Em fevereiro deste ano, um deslizamento de terra na captação da estação interrompeu o serviço.
Já no dia 13 de março, a correnteza do Rio Acre levou a bomba flutuante da ETA I. Na manhã seguinte, o equipamento foi encontrado em frente ao bairro Base, área central de Rio Branco.
As duas estações de tratamento tiveram que paralisar as atividades e pelo menos 300 mil moradores da capital ficaram sem fornecimento de água. A maior cidade do estado tem cerca de 380 mil habitantes, ou seja, praticamente toda a cidade ficou afetada.
O retorno parcial do funcionamento das estações iniciou no dia 17 de março, com apenas 67% da capacidade funcionando. A ETA I, que foi religada primeiro, é responsável por 40% do abastecimento de água na capital, porém, alguns bairros continuaram sem água em Rio Branco.
O envio dos recursos foi autorizado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e publicado no Diário Oficial da União (DOU). O envio dos recursos foi oficializado após a apresentação de um plano de trabalho do município e também depois do reconhecimento da situação de emergência na capital.
Como parte do uso do recurso, quatro novas bombas foram instaladas na Estação de Tratamento de Água (ETA II) e um carregamento com novas tubulações chegaram no dia 26 de março.