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Em greve, servidores de escolas municipais fecham rua e protestam em frente à Câmara de Rio Branco

Em greve, servidores de escolas municipais fecham rua e protestam em frente à Câmara de Rio Branco

Categoria reivindica reajuste do piso do magistério, auxílio alimentação e saúde de R$ 1 mil, dentre outros direitos. Greve iniciou na última quinta-feira (22) e já dura quase uma semana em Rio Branco

Mais um protesto marca o período grevista dos servidores da Secretaria de Educação de Rio Branco (Seme) na manhã desta terça-feira (27). A manifestação, que ocorre quase uma semana após o início da greve, fechou a Rua Hugo Carneiro, no bairro Bosque, local onde funciona a Câmara Municipal da capital. Das 94 escolas municipais, mais de 70 estão de greve.

Em entrevista ao Jornal do Acre 1ª edição (JAC1), o secretário de Educação, Alysson Bestene, mencionou a instituição de uma comissão de negociação para ouvir as reivindicações da categoria. No entanto, comentou que há uma proposta de uma reforma da previdência municipal e que é necessário um prazo para analisar os números.

“Precisamos cumprir essas etapas para ter um percentual a apresentar. Quando ele [prefeito Tião Bocalom] tiver os números exatos, aí sim, podemos falar de uma proposta concreta a apresentar aos trabalhadores. Diante dessa situação, vamos construir algo futuro de forma concreta. A gente espera que a categoria entenda esse prazo”, disse.

A informação também foi confirmada pelo líder do Executivo municipal, Rutênio Sá (União), que concedeu entrevista na Câmara e que disse que há uma comissão que está fazendo o procedimento de diálogo com as categorias municipais no geral.

“Existe uma comissão dialogando com várias categorias de várias secretarias [...] então está havendo uma conversa. No decorrer de junho isso será bem discutido. Mas existe uma proposta de reforma da previdência municipal, e existe uma interdependência com as datas-bases dos servidores. Então, temos que aguardar a proposta que deve chegar antes do recesso”, falou Rutênio Sá, líder do governo na Câmara.

greve professores municipais 002Vereadores de Rio Branco recebem representantes da Educação para ouvirem as reivindicações da categoria — Foto: Aline Pontes/Rede Amazônica

Ainda nesta terça, os vereadores abriram o parlamento mirim para receber os representantes e ouvir as reivindicações da categoria. Em meio à entrevista, inclusive, o parlamentar da base do prefeito Tião Bocalom (PL) disse que o movimento pode estar atrelado à uma possível eleição no Sinteac, que deve ocorrer nas próximas semanas.

“A greve da educação é legítima mas existe uma eleição no sindicato nos próximos 20 dias, e que vai ser disputadíssima, no qual a presidente atual vai concorrer. Então eu não sei se até que ponto esse movimento grevista está atrelado a essa eleição também”, complementou.

Em resposta ao vereador, a atual presidente do Sinteac, Rosana Nascimento, disse que o movimento não é politizado e negou que esteja usando do espaço como objeto de campanha.

“Quem delibera greve não é a professora Rosana Nascimento, é a categoria que está cansada porque são dois anos de enrolação. E independente de greve ou não, em nenhum momento eu falei que iria ter eleição [durante a] greve, não pedi voto à categoria [...] vereador, fale só a verdade. Eu nunca fiz politicagem no sindicato, não sou eu quem faz greve, o meu papel como presidente é encaminhar. O senhor acha que a gente faz greve porque gosta?”, retrucou.

Movimento grevista

Segundo o Sinteac, a greve é por tempo indeterminado e o intuito do protesto é de pedir que os parlamentarem escutem as reivindicações da categoria. As pautas são:

  • Reposição do índice de reajuste do piso do magistério e do índice inflacionário para professores e funcionários;
  • Auxílio alimentação e saúde de R$ 1 mil;
  • Cumprimento da hora atividade dos professores;
  • Reajuste nas gratificações da equipe gestora.

Na última semana, funcionários de 80 escolas participaram de uma assembleia deliberativa durante o protesto e decidiram entrar em greve a partir da última quinta (22).

Conforme o sindicato, a categoria decidiu deliberar pela greve no dia para cumprir o prazo de 72h de advertência, previsto em lei, à gestão municipal.

No dia 16 deste mês, os servidores voltaram a protestar por reajuste salarial e melhorias trabalhistas no Centro da capital acreana. As aulas e atividades foram suspensas em diversas escolas por conta do ato.

A presidente do Sinteac disse que representantes da prefeitura chegaram a propor que iriam instalar uma comissão de negociação e fazer um relatório orçamentário para apresentar aos manifestantes. Em troca, surgeriram que a paralisação das atividades ocorresse apenas na segunda quinzena de junho.

Os protestos e indicativos de greve iniciaram no dia 6 de maio. Servidores da Seme fizeram um protesto também em frente à prefeitura e cobraram reajuste salarial. Na época, a categoria decidiu que iria se reunir novamente em outra data para decidir se paralisava ou não as atividades.

greve professores municipais 002Rua onde funciona a Câmara Municipal de Rio Branco foi fechada por conta do protesto nesta terça-feira (27) — Foto: Aline Pontes/Rede Amazônica

Criação de comissão

Na edição da última segunda-feira (27) do Diário Oficial do Estado (DOE), foi instituída a Comissão Especial de Negociação com Entidades Sindicais e Classistas, ‘com a finalidade de promover o diálogo, a escuta e a negociação coletiva entre o Poder Executivo e os sindicatos representativos dos servidores públicos da administração direta, autárquica e fundacional’.

Dentre os membros, destacam-se o vice-prefeito Alysson Bestene, que também é secretário municipal de Educação. Na comissão, ele é o coordenador-geral adjunto.

“A Comissão Especial de Negociação com Entidades Sindicais e Classistas deverá e apresentar ao Chefe do Poder o relatório circunstanciado contendo as reivindicações recebidas; a síntese das tratativas realizadas; e as propostas de encaminhamento ou soluções técnicas e administrativas compatíveis com o interesse público”, destaca o artigo 4º.

Já com relação às funções mais específicas desta comissão, incluem:

  • atuação como instância permanente de negociação e mediação com as entidades sindicais;
  • análise, discussão e encaminhamento de proposições relativas a pautas reivindicatórias dos servidores;
  • proposição de soluções negociadas para conflitos trabalhistas no âmbito da Administração Pública;
  • acompanhamento, fiscalização e publicidade ao cumprimento dos acordos firmados.